sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dicas de restaurantes: Os melhores da América Latina

Os melhores restaurantes da América Latina estão aqui

A lista da revista inglesa Restaurant, divulgada em cerimônia na cidade de Lima, contemplou nove brasileiros, e seis deles ficam em São Paulo

2º lugar: D.O.M.
O restaurante D.O.M, do chef Alex Atala, foi eleito o 2º melhor restaurante da América Latina pela William Reed Business Media (Foto: Rodrigo Schmidt / Editora Globo)


A culinária instigante de Alex Atala parece ter alcançado, pelo menos entre os afortunados que frequentam o caro restaurante, níveis de comunhão e aceitação que só o tempo é capaz de engendrar. Um pouco pela catequese de Atala, o mais popular dos chefs do país, o brasileiro já sabe de onde vem o pirarucu, a priprioca e o bacuri; também conhece o sabor do cupuaçu e do tucupi, e topa sentar-se à mesa à espera de provocações e surpresas em um menu-degustação. O menu degustação de quatro pratos (R$ 320, com queijo e uma sobremesa) ou oito pratos (R$ 440, com queijo e duas sobremesas), concebido pelo chef Alex Atala, pode trazer receitas como a brandade de bacalhau com tutano, o stinco de cordeiro com purê de cará e a raia na manteiga de garrafa com tomilho-limão, mandioquinha defumada, brócolis e espuma de amendoim. Dos pratos pedidos à la carte, destaque para o reconfortante e intenso maria e isabel, um arroz cremoso feito com galinha-d’angola e pedacinhos de paio, acompanhado de uma sobrecoxa confitada da ave. Recentemente, foram incorparadas ao cardápio sobremesas como o delicado mamão verde, iogurte e bacuri. Com ares minimalistas, todo branco, traz cubos do doce da fruta verde, com iogurte em pó (desidratado) e "neve" de bacuri. R. Barão de Capanema, 549, Jardim Paulista, tel. 3088-0761, domrestaurante.com.br. Seg. a sex. 12h/15h e 19h/0h; sáb. 19h/0h. Entradas: R$ 93 a R$ 112. Pratos principais: R$ 137 a R$ 357. Sobremesas: R$ 28 a R$ 38. Menu executivo: R$ 82. Menu degustação: R$ 357 (4 pratos) a R$ 495 (8 pratos).
5º lugar: Maní
Toque delicado: nhoque de mandioquinha com araruta tem um toque levemente ácido do dashi de tucupi no restaurante Maní (Foto: Felipe Gombossy / Época SP)

Bastaria dizer que, ao final de uma refeição irretocável, quando parece não haver mais apetite nem muito espaço para encantamento, o garçom traz à mesa uma escultural composição. A sobremesa Da Lama ao Caos, que integra um dos menus-degustação do Maní e também pode ser pedida de forma individual, é uma das criações mais sensíveis da temporada. Evoca a cozinha árabe: sorvetes, crocantes e compotas misturam gergelim, berinjela, água de flor de laranjeira e pistaches. Hipercerebral e delicado ao mesmo tempo, o prato sintetiza o ótimo momento do Maní, aberto em 2006 por um grupo de sócios (entre eles, a apresentadora de TV Fernanda Lima) e tocado pelo catalão Daniel Redondo e pela gaúcha Helena Rizzo, recém-eleita a melhor chef da América Latina pela revista Restaurant. Prove a moqueca de peixe, com posta cozida em molho de tomate, pimentão, cebola, leite de coco, dendê e coentro e servida sobre delicada terrine de mandioquinha - o caldo é adicionado à mesa. R. Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulista, tel. 3085-4148, manimanioca.com.br. Ter. a qui. 12h/15h e 20h/23h30; sex. 12h/15h e 20h30/0h30; sáb. 13h/16h e 20h30/0h30; dom. 13h/16h. Entradas: R$ 34 a R$ 39. Pratos principais: R$ 27 a R$ 72. Sobremesas: R$ 13 a R$ 25. Menu degustação: R$ 310 e R$ 450 (harmonizado).

16º lugar: Mocotó
Torresminho do Mocotó, receita exclusiva do chef Rodrigo Oliveira é uma boa pedida para acompanhar as cachaças  (Foto: Divulgação)

É surpreendente que um restaurante na periferia de São Paulo pare o trânsito e concentre uma das maiores filas de espera da cidade aos finais de semana. O Mocotó é um fenômeno que se explica pelo alto grau de competência na cozinha, que funciona praticamente sem pausa, dia e noite, para dar conta dos quase 4 mil couverts semanais. Some-se a isso o aprimoramento de sabor da comida sertaneja, conduzido por Rodrigo Oliveira, herdeiro de José Almeida (o dono do Mocotó quando ainda era bar e servia apenas caldo de mocotó, nos anos 1970), que transformou um simples torresmo em iguaria disputada numa cumbuca de barro. A mocofava é a estrela da casa, um caldinho que reúne mocotó e favas. Depois, peça uma porção de dadinhos de tapioca com queijo coalho e outra de torresminho, com pele pururucada, bem crocante, e carne tenra. Também faz bonito a carne de sol, cozida a vácuo em baixa temperatura, com alho assado e pimenta-biquinho em conserva. As sobremesas, bem doces, também têm forte sotaque nordestino. Prove a cartola de engenho, receita clássica de Pernambuco, que combina banana e queijo manteiga derretido - aqui, acompanhados de uma delicada farofinha de açúcar e canela. Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, tel. 2951-3056, mocoto.com.br. Seg. a sex. 12h/23h; sáb. 11h30/23h; dom. 11h30/17h. Entradas: R$ 4,90 a R$ 18,90. Pratos principais: R$ 14,90 a R$ 89,90. Sobremesas: R$ 9,90 a R$ 14,90.

23º lugar: Fasano
Prato do cardápio do restaurante Fasano, eleito o melhor italiano de São Paulo (Foto: Divulgação)

No Fasano, a régua de avaliação fica bem acima da concorrência – a bem da verdade, não há por aqui outros restaurantes italianos nos mesmos moldes. Com a saída do chef Salvatore Loi do comando da cozinha do grupo, no ano passado, o jovem cozinheiro toscano Luca Gozzani assumiu a responsabilidade de manter o nível de um restaurante até então considerado imbatível. Conseguiu. O menu tem massas frescas impecáveis, modeladas diariamente, e risotos como o de feijão fresco e linguiça. Entre as criações de Gozzani incorporadas recentemente ao cardápio estão o leitãozinho ao forno com feijão à florentina e o agnolotti recheado de ricota, lagostim e abobrinha. Afiadíssim, a equipe do salão é comandada pelo maître gerente Almir Paiva. R. Vitório Fasano, 88, Jd. Paulista, tel. 3062-4000, fasano.com.br. Seg. a sáb. 19h/1h. Entradas: R$ 64 a R$ 735. Pratos principais: R$ 99 a R$ 270. Sobremesas: 24 a R$ 79. Menu degustação: R$ 290 (4 pratos).

32º lugar: Attimo
O chef Jefferson Rueda, que comanda o restaurante Attimo (Foto: Iara Venanzi / Editora Globo)

No Attimo, é a Itália renascida na América que predomina: o cardápio de petiscos nos lembra os botequins perdidos no tempo do interior: tilápia, fubá, limão-cravo, forno a lenha, codeguim e pamonha. Uma cozinha de molhos densos, reduzidos, de sabores profundos. Convém não pular o couvert, com tomates defumados imersos numa nuvem de fumaça de louro e um caldinho perfeito para umedecer pedaços dos gostosos pães servidos junto. São seguidos por fatias de speck, pururuca, manteiga de azeite e uma canja. Entre os pratos, prove o úmido arroz carnaroli com suã (espinhaço do porco), que leva ainda linguiça, couve e abóbora. O lado leve da refeição cabe às sobremesas da chef pâtissière Saiko Izawa, cujo minimalismo é expresso em doces como o harmonioso pavê de romeu e julieta. Nele, Saiko extrai várias possibilidades da goiaba, compondo uma sobremesa com a fruta em diferentes texturas. R. Diogo Jácome, 341, Vila Nova Conceição, tels. 2339-3250 e 5054-9999, attimorestaurante.com.br. Seg. a sex. 12h/15h e 19h/0h; sáb. 12h/16h e 19h/0h; dom. 12h/17h. Entradas: R$ 36 a R$ 180. Pratos principais: R$ 39 a R$ 89. Sobremesas: R$ 18 a R$ 26. Menu executivo: R$ 49. Menu degustação: R$ 220.
41º lugar: Epice
Contemporâneo ou francês moderno? O Epice posiciona-se entre as duas definições, mas tem mesmo é a cara de seu dono, o jovem Alberto Landgraf. Paranaense de Cornélio Procópio, Landgraf passou cinco anos na Inglaterra e, depois de uma busca no Google, aproximou-se do chef francês Laurent Suaudeau que, radicado no Brasil há 30 anos, o aconselhou a voltar para São Paulo e investir numa carreira aqui. Em pouco tempo, o trabalho deste cozinheiro inventivo provocou burburinho: com um menu executivo acessível montado a partir do que serve regularmente na casa, dedicação integral ao processo e carinho especial pela charcutaria, Landgraf entrou rápido na primeira divisão da cozinha paulistana. “Abóbora” é feita de cinco nhoques retangulares e macios do legume, parmesão em gelatina e creme de avelãs. A entrada tem potencial de prato principal, levando à mesa uma rara concentração de sabores. Inesquecível também o pé de porco e foie gras, dois produtos de gosto intenso, que no prato tornaram-se delicados e harmônicos. R. Haddock Lobo, 1.002, Jd. Paulista, tel. 3062-0866, epicerestaurante.com.br. Ter. a sex. 12h/14h30 e 20h/23h30; sáb. 13h/15h30 e 20h/0h; dom. 13h/15h30. Couvert: R$ 15. Entradas: R$ 27 a R$ 79. Pratos principais: R$ 71 a R$ 85. Sobremesas: R$ 29 a R$ 31. Menu executivo: R$ 45. Menu degustação: R$ 225.

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