Apesar de comuns, os implantes de silicone ainda geram interrogações para muitas mulheres. Você também tem dúvidas? Então acompanhe...
Certamente você já ouviu falar que a prótese de silicone pode atrapalhar o exame de mamografia, não é? Já deve também ter se perguntado: "Será que a prótese pode romper dentro do corpo? E o que acontece se ela romper?". Inúmeras dúvidas giram em torno desse "amigo do peito", que desde a década de 80 vem sendo utilizado por milhares de mulheres que desejam aumentar ou reconstruir a mama, ter um corpo mais belo e também, é claro, aumentar a auto-estima.
Para esclarecer de uma vez por todas estas dúvidas, consultamos duas especialistas no assunto: a cirurgiã plástica Wanda Elizabeth Corrêa, coordenadora da Comissão de Silicone da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro da Câmara técnica sobre produtos e técnicas estéticas do Conselho Federal de Medicina, e a médica radiologista Fabiola Procaci Kestelman, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), especializada em ressonância magnética. Confira:Quais os exames que toda mulher que tem silicone deve fazer?
Independente da mulher possuir ou não implantes de silicone, o rastreamento do câncer de mama deve ser feito com mamografia a partir de 40 anos, anualmente, segundo a orientação da Sociedade Americana de Cancerologia. "Nos casos de mulheres com risco aumentado para câncer de mama (exemplo: história familiar fortemente positiva ou mutação genética que predispõe ao câncer de mama) pode-se associar a ultrassonografia e/ou ressonância magnética quando as mamas são densas", lembra a radiologista.
Qual ou quais exames faço para avaliar a integridade do implante? O que esses exames previnem/diagnosticam?
Para avaliar a integridade do implante, o exame mais indicado é a ressonância magnética. Porém, a ultrassonografia, quando realizada por um radiologista especializado em mama, tem boa sensibilidade para detectar rupturas.
Para avaliar a integridade do implante, o exame mais indicado é a ressonância magnética. Porém, a ultrassonografia, quando realizada por um radiologista especializado em mama, tem boa sensibilidade para detectar rupturas.
A mamografia tem sensibilidade alta para diagnosticar o carcinomas in situ, nos quais o tratamento oferece cura em até 100% dos casos. Esses, em grande parte dos casos, correspondem a microcalcificações na mamografia. "Carcinomas invasores pequenos também podem ser diagnosticados nas mamografias antes que sejam detectados na palpação das mamas feita pelo médico ou pela própria paciente. Tumores pequenos também têm alto índice de cura. A mamografia nestes casos pode mostrar um nódulo", lembra Fabíola. Entretanto, um grande número de lesões diagnosticadas na mamografia e mesmo na ultrassonografia e ressonância magnética, correspondem a lesões benignas. Um exemplo é o fibroadenoma, que são nódulos de mama muito frequentes nas mulheres. Por isso os exames devem ser avaliados por médicos especializados antes de se optar por uma biópsia.A prótese de silicone atrapalha a mamografia? O risco de câncer de mama aumenta com os implantes de silicone?
De maneira alguma. A mamografia pode ser realizada em pacientes que tenham implantes de silicone tanto abaixo da glândula como abaixo do músculo, sem prejuízo para a prótese e nem para a visualização de lesões mamográficas. "É importante, no entanto, o técnico ser informado sobre a existência do silicone. Assim, realizará a chamada 'Manobra de Eklund', em que se traciona a mama para expor ao raio-x apenas o tecido mamário", diz Wanda Elizabeth Corrêa. Outro dado relevante é que implante de silicone não constitui fator de risco para desenvolvimento de câncer de mama.
Esses exames são particulares ou podem ser feitos na rede pública?
A mamografia está disponível na rede pública. O consenso do Instituto Nacional do Câncer orienta para controle do câncer que mulheres entre 50 e 69 anos façam mamografia bianual. Assim a rede pública deve oferecer mamografia para este grupo de mulheres. Com relação à ultrassonografia e ressonância magnética, a disponibilidade é variável de acordo com vários fatores, incluindo a região do país.
Se eu não trocar a prótese mamária a cada 5 anos, ela pode romper e o silicone se espalhar por todo o corpo?
Não há um prazo específico para a troca e, com as próteses atuais mais resistentes e seguras, dificilmente a troca ocorrerá antes dos 15 anos. É possível usá-las indefinidamente, pelo tempo que permanecerem íntegras, mas sempre acompanhando através dos exames acima citados. Em relação ao rompimento, as próteses utilizadas no Brasil são feitas de gel coesivo (espécie de "gelatina bem consistente"). Se cortadas ou rompidas, o conteúdo não escorre. Não há esse risco.
Os implantes de silicone têm prazo de validade?
Embora os implantes não tenham estimativa de vida útil reconhecido pelo meio científico, a única fabricante de próteses de silicone na América Latina, Silimed, define atualmente um período médio de dez anos. Tal parâmetro pode ser alterado caso surja uma razão que justifique. "Hoje, há diversas pacientes no Brasil e no exterior com o mesmo implante há mais de 15 anos sem quaisquer problemas", diz a cirurgiã plástica.
Tenho silicone nas mamas. De quanto em quanto tempo devo ir ao meu médico?
Muitas mulheres acabam esquecendo as recomendações médicas após colocar a prótese. "A maioria só volta a procurar um especialista quando aparecem os sintomas de complicações. É importante fazer acompanhamento com cirurgião. O ideal é que, após 10 anos, o acompanhamento seja anual e que seja feito exame de ressonância magnética a cada dois anos", finaliza Wanda.
Muitas mulheres acabam esquecendo as recomendações médicas após colocar a prótese. "A maioria só volta a procurar um especialista quando aparecem os sintomas de complicações. É importante fazer acompanhamento com cirurgião. O ideal é que, após 10 anos, o acompanhamento seja anual e que seja feito exame de ressonância magnética a cada dois anos", finaliza Wanda.
Créditos: Revista Corpo a corpo
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Próteses de silicone dificultam mamografia
O implante de silicone nos seios tem ganhado cada vez mais espaço entre as mulheres. Apesar de polêmica, a técnica está entre as cirurgias plásticas mais realizadas no país. Essa preocupação com a estética, no entanto, vem dificultando o trabalho dos radiologistas. O motivo está no fato de a prótese influenciar negativamente na visualização do tecido mamário, prejudicando assim o diagnóstico do câncer de mama.
“O silicone compromete tanto a execução do exame como o resultado. Muitas vezes, não conseguimos observar toda a mama porque a substância cria uma sombra, não deixando passar o raio-x”, afirma a especialista Norma Maranhão, coordenadora da comissão de mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia.
Apesar de uma técnica, conhecida como Manobra de Eklund, diminuir esse prejuízo no campo de visão, os especialistas não conseguem garantir a análise de todo o tecido mamário. “Por isso, as mulheres que têm prótese de silicone devem fazer mamografia associada à ultra-sonografia”, recomenda Norma.
Para o médico Aron Belfer, especialista em procedimentos guiados por mamografia e ultra-sonografia mamária, da URP Diagnósticos Médicos, a dificuldade é maior se a prótese for implantada na frente do músculo peitoral. “Nessa posição, o resultado estético do silicone é melhor, mas a mulher corre mais risco de desenvolver uma cápsula fibrosa no entorno do implante”, explica. “Assim, fica difícil aplicar a Manobra de Eklund, que afasta a prótese do tecido mamário, empurrando-a para trás, enquanto a mama é puxada para a frente”, completa.
Em casos mais específicos, segundo Norma, é possível usar a ressonância magnética no diagnóstico da doença. “Isso só acontece quando a mulher tem histórico familiar de câncer de mama ou se a mamografia não foi suficiente para fazer um bom diagnóstico”, diz.
Para Belfer, essa dificuldade pode ser preocupante para as mulheres, já que somente a mamografia é capaz de detectar pequenas calcificações na mama — sinal da doença em estágio inicial. “O exame de toque e a ultra-sonografia detectam o problema em fase mais adiantada”, conclui.
Por um médico:
Mamografia e Prótese de Silicone: Saiba Como Proceder
por Dr. Walter Zamarian Jr. • 23 de abril de 2013 • Mamas
Mamografia
Uma dúvida recorrente em muitas mulheres que colocam próteses de silicone nos seios se refere aos exames preventivos de câncer de mama, principalmente sobre a mamografia. Antes de tudo é importante frisar que toda mulher, independente de ter prótese ou não, precisa fazer os exames preventivos nas mamas periodicamente conforme orientação médica e do Ministério da Saúde. Para quem tem prótese, saiba que ela não é em momento algum um objeto impeditivo para a realização de qualquer exame. Mesmo com ela o câncer de mama pode ser identificado em estágio inicial, desde que a mulher faça mamografias regularmente.Essa ação é extremamente relevante pois o câncer de mama é uma doença perigosa quando não diagnosticada no início. Isso porque as células doentes podem sofrer metástase, que é o processo que leva as células cancerosas para outras partes do corpo. Já o diagnóstico precoce é a grande arma das mulheres no combate a essa doença, e ele passa prioritariamente pelos exames de rotina, incluindo a mamografia após os 40 anos, ou antes disso quando o médico – ginecologista ou mastologista – julgar necessário (encontrar caroços não identificados, risco genético, etc).O auto-exame pode continuar sendo feito mensalmente pelas mulheres, uma semana antes da menstruação, mas ele não substitui em hipótese alguma uma consulta com especialista e os exames periódicos indicados por ele.
Mitos
A primeira coisa que precisa ser esclarecida é que a prótese de silicone não sofre risco de romper durante a mamografia. Ela é um exame seguro para isso. O que não é indicado é que o exame seja feito nos primeiros seis meses após a cirurgia para não correr o risco de romper os pontos cirúrgicos internos da mama quando for feita a compressão.Esse período não é considerado de risco porque todo bom cirurgião solicita à paciente exames importantes antes de submetê-la ao procedimento, e isso inclui a mamografia para as mulheres acima dos 40 anos. Por isso ela estará em dia com seus exames de rotina.A diferença no exame da mamografia, que nada mais é do que um raio-x das mamas, é que as mulheres que possuem os implantes mamários precisarão fazer imagens extras para poder cobrir toda a área da mama. Isso é indicado porque o implante de silicone pode gerar pontos cegos durante o exame, como acontece no carro quando estamos dirigindo e não vemos um carro ao lado por conta das barras laterais. Por isso essas imagens adicionais são necessárias. Com elas o técnico habilitado para o exame alcançará todas as áreas, não deixando nenhum ponto cego no tecido mamário.Se você tem prótese de silicone, avise ao médico ou técnico antes de começar o exame para que ele saiba como proceder e já tenha conhecimento que será preciso fazer projeções adicionais. Outro recurso comum utilizado em mulheres com implantes é a “manobra de Eklund”. Nela a mama é tracionada para expor ao raio-x apenas o tecido mamário. Isso é conseguido com a ação de “empurrar” o implante para trás, na direção do tórax, e “puxar” a mama para frente.Além disso, a medicina e a tecnologia dispõem de recursos para complementar diagnósticos duvidosos. A mamografia é o principal exame preventivo de câncer de mama, mas exames de imagem adicionais, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, podem ajudar a esclarecer diagnósticos quando necessário, cobrindo todo o tecido mamário com detalhes.Outra informação importante é que o implante de silicone não causa câncer. Até o momento nenhum estudo ou pesquisa encontrou dados clínicos que sugiram qualquer aumento da taxa de incidência de câncer entre mulheres com próteses mamárias. Já se passaram mais de três décadas de utilização do silicone nas próteses para aumento das mamas e nenhum caso de câncer tem ligação com essa cirurgia.Aliás, a reconstrução mamária em mulheres que passaram por mastectomia é feita, na grande maioria dos casos, com implantes de silicone. Essa reconstrução pode ser realizada imediatamente após a retirada do tumor (reconstrução imediata) ou após um determinado tempo – meses ou anos – (reconstrução tardia). As condições clínicas da paciente são avaliadas pelo mastologista ou oncologista para saber se é possível fazer o procedimento concomitantemente à cirurgia de retirada do câncer.Ainda no campo das dúvidas comuns relatadas nos consultórios de cirurgiões plásticos está o medo de a prótese interferir no tratamento em caso da doença, mas a presença das próteses mamárias não atrapalha o tratamento de pacientes com câncer de mama. Quando é necessário submeter a paciente à mastectomia total (retirada das mamas), a prótese de silicone precisará ser reinserida no local para a reconstrução da mama que foi retirada, salvo se houver alguma objeção do mastologista.
A Doença
O alerta feito diariamente para que mulheres façam os exames preventivos de câncer de mama se dá pelo fato de ele ser um problema de saúde pública importante. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos novos casos a cada ano. A previsão dava conta de que 1,66 milhão de novos casos surgisse no mundo no ano passado. Anualmente, a ocorrência de câncer de mama tem subido 3,1%, segundo aponta o “World Breast Cancer Report 2012″; a informação foi anunciada por cientistas do Instituto Internacional de Pesquisa da Prevenção, em Lyon, na França.Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimaram em 52.680 o número de novos casos da doença em 2012. Por região, o Sudeste lidera o ranking (29.360), seguido do Sul (9.350), Nordeste (8.970), Centro-Oeste (3.470) e Norte (1.530). Em 2010, 12.705 mulheres morreram em decorrência da doença no Brasil, 147 homens também perderam a vida por conta de câncer de mama. E aí entra outro ponto pouco falado da doença. Apesar de ser menos comum, ela também pode atingir o público masculino pois eles também possuem glândulas mamárias. A incidência é de um caso em homens para cada cem casos femininos.Fique atenta. Cada mulher deve conhecer seu próprio corpo e buscar ajuda médica caso perceba qualquer alteração na mama, em especial no que diz respeito à presença de nódulos no seio, alteração na coloração da pele, presença de pus, mudança na textura da pele da mama ou do mamilo e dor persistente.
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