sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O que aconteceu no segundo dia de SPFW?

Boa noite bloguetes!! Estamos no último dia de SPFW e não consegui contar algumas novidades para vocês aqui, de como foram os desfiles e o que cada marca trouxe para a passarela como tendência, mas como pedido de desculpas trouxe bem completinho o segundo dia, com até os desfiles das marcas, vocês não irão perder nadinha do que aconteceu, e amanhã me aguardem tenho uma surpresaaaaa boa, só amanhã tá senão perde a graça rss!!!  Bom a tendência para o inverno de 2016 não mudar muito para este ano, além dos tecidos, com o preço do dólar nas alturas, as marcas que antes usavam mais tecidos importados mudaram para os tecidos brasileiros deve ser para não aumentar demais os preços de suas peças, porque com essa crise complica ter que repassar os preços para as peças, mas ficamos felizes porque temos ótimo produtos brasileiros, como a renda que é praticamente uma escultura não acham? Então bora conferir o segundo dia, mas depois vou colocando os demais ok, principalmente ontem que eu fui, foi demais!!!


ANIMALE



TEMA
Híbridos
MATERIAIS
Lã, seda, couro, pele, tricô e renda francesa, tudo natural

Duas referências, uma vinda de Vitorino Campos, outra de Beth Nabuco, culminaram na inspiração para o Inverno 2016 da Animale. “Vi uma exposição do Tadao Ando no Bon Marché, em Paris, e só conseguia pensar nele”, conta o estilista sobre o trabalho do arquiteto japonês autodidata e ganhador do prêmio Pritzer na categoria arquitetura, famoso por seus projetos de concreto com linhas simples e interação com a natureza. Diretora criativa da marca, Beth Nabuco olhou para uma “urban jungle”, nas palavras de Vitorino, indo até o movimento da Land Art, em que as obras são site specifics feitas em integração com a paisagem, utilizando muitas vezes elementos da natureza do próprio lugar para compor o trabalho, como pedras, madeira, etc.



Da união da arquitetura com a natureza surgiu o que o estilista chamou de uma coleção de híbridos, com looks focados na individualidade de cada modelo, com muitas variações capazes de contemplar diferentes tipos de mulher, usando assim comprimentos e propostas de modelagem variadas, da alfaiataria em casacos e peças mais estruturadas à languidez da seda em peças mais soltas e a pegada sexy da renda francesa recortada artesanalmente, com transparência em tops e minissaias. (CAROLINA VASONE)


Por Lilian Pacce: Combata o frio com casacos amplos, pernas de fora (mas botas de couro de cobra pra esquentar) e o colorido – essa é a proposta da Animale pro outono-inverno 2016! Uma variedade de texturas (veludo, renda, seda, couro, malha canelada, lã de ovelha bem peludinha) enriquece a coleção, e a cartela de cores, com especial ênfase no rosa quartzo, nos cinzas da arquitetura de Tadao Ando e nos flashes de amarelo, dão todo um charme especial. Aparecem propostas que também já rondaram a última temporada internacional, como o vestido-camisola e os materiais de boudoir em geral (uma das blusas de renda na verdade é toda construída com os “bicos”, não é uma renda inteira). Também pintam tricôs listrados (os fios variam nas listras, de nylon a rayon, na mesma peça) e estampas localizadas com um mash-up de referências de resultado pop. O comprimento varia entre o supercurto, o mídi e as calças e vestidos longos; e o abotoamento duplo dos casacões, saias e vestidos trazem um elemento um pouco mais pesado no clima que, fora isso, é bem leve e esperto. (Jorge Wakabara)

Assistam como foi o desfile:





UMA RAQUEL DAVIDOWICZ


TEMA
Comportamento dinâmico das ruas, sociedade mobile
MATERIAIS
Crepe de seda, moletons, moletons com textura emborrachada, malha suede, tafetá de seda, lãs, suede com película metalizada e couro


A Uma está cada vez mais se tornando um oásis para os adeptos da moda minimalista.



Poucas cores, roupas lisas, mas com cortes, construções e texturas que a tiram do lugar comum. Nesta temporada Raquel está inspirada por sua recente experiência em Nova York, onde acaba de abrir uma loja da Uma. Olhando o vai e vem nas ruas, a forma como as pessoas se movimentam, um clima eclético no vestir, com sobreposições que se adequem ao frio-quente (entra no metrô, sai na rua, etc) e a questão da mobilidade, ela criou uma coleção versátil, descomplicada, confortável e com uma ênfase forte nas sobreposições, na mistura dos materiais e os efeitos que algumas técnicas podem causar na roupa.


A coleção faz uma transição fácil da passarela para as ruas. Um mantô de lã se transforma em uma jaqueta, as botas fazem papel de legging, o plissado é na verdade um amassado, o moletom aparece misturado com materiais nobres, como seda e couro e os tingimentos são exclusivos (“aqui não temos nada, não há novidades, tecidos em cores novas, tudo temos que criar e desenvolver”). Vale destacar as lindas peças de suede com película de foil e a cartela de cores enxutíssima – e suficiente.

As transformações dos materiais também rendem bons momentos. Um moletom, por exemplo, passa por um processo de corrosão e ganha um ar mais desgastado e manchado. “Essa imperfeição faz parte da história”, disse, em uma conversa no backstage antes do desfile. O imperfeito da Uma parece perfeito pra gente andar por aí em qualquer inverno, em qualquer megalópole. (CY)

Por Lilian Pacce: Os atletas urbanos da UMA fazem maratona pela cidade com looks de couro, bolsas de alumínio e botas de cano alto de neoprene. Parece desconfortável? Não é: como tudo na marca, conforto e simplicidade são palavras de ordem e é aí que está sua força. São básicos versáteis, em tecidos incríveis e com uma modelagem acertada. O macacão de seda em vinho jaboticaba tem a alcinha do momento, emprestada dovestido-camisola (ele também aparece!) e dança conforme a música, do tênis ao salto alto. Os casacos acolchoados e moletons com corrosão abraçam os modelos e as pochetes de couro dão uma injeção cool pros looks, além de marcarem os quadris quebrando a silhueta mais reta. E se faltar metalizado, tem as bolsas do começo do texto: a base é de alumínio e algumas são cobertas com uma camada fina de couro, que amassa junto com o metal, tomando suas formas. Clica na foto pra ver mais! (Aurea Calcavecchia)
Assistam como foi o desfile:




RONALDO FRAGA




TEMA
O amor
MATERIAIS
Seda, algodão, bordados, passamanarias, tricôs de seda

“Não importa o nível intelectual, social, a idade de onde a pessoa vem: todo mundo tem uma história de amor para contar, que viveu ou que gostaria de ter vivido. O amor nos úne, nos nivela”, diz Ronaldo Fraga no backstage, horas antes de seu desfile cujo tema é o … amor. “O que tem como efeito o mais importante: imprimir a leveza de uma pluma ao peso da existência”, completa, no release do desfile que ele próprio sempre escreve e assina.



As delícias, mais do que as dores do amor, são o foco da coleção do estilista, que sempre busca na literatura o ponto de partida para seus temas de desfile. Aí entram as dores e loucuras dos apaixonados em textos que ele pesquisou de Hilda Hilst, Fabrício Carpinejar e, especialmente, de “Um Livro de Amor”, lançado este ano pelas psicólogas Cristiane Mesquita e Rosane Preciosa. A trilha sonora mistura o erudito ao popular, reiterando o poder de alcance do sentimento, interpretado por Tchaikovsky, Chico Buarque ou pela dupla argentina sucesso dos anos 80 Pimpinela.


Nas roupas, o tecido que aparece em tudo, tricotado, misturado ao algodão ou numa versão mais rústica é a seda, confeccionada pelas artesãs da Vila da Seda, região no Paraná que mais produz casulo de seda em todo o Ocidente. Mais de 50% do fio de seda usado pela Hermès, por exemplo, vem de lá. Ronaldo Fraga fez parceria com as artesãs, que confeccionaram os modelos que ele enviou, como os tricôs felpudos, o pullover multicolorido criado a partir do estágio em que o casulo já é jogado fora e um colar feito de casulos com o bicho da seda dentro!

Com imagens realistas e surreais do coração mesclado a partituras musicais, textos de cartas de amor, flores de bananeira e até um floral tirado de um prato da casa do estilista, a estamparia é feita toda digitalmente numa máquina brasileira criada especialmente para estampar peças inteiras de roupa, e não pedaços de tecido, sempre naturais. A coleção de Ronaldo, aliás, é 100% produzida no Brasil, com materiais nacionais, com exceção da lava de vulcão da Colombia, usada como pedraria de um colar.

A modelagem das peças parece mostrar, claramente, uma coleção masculina e outra feminina, com a das mulheres composta de calças e vestidos retos, com pouco volume, delineando levemente o corpo, e de calças, camisas, paletós e vestidos usados pelos homens. Já na abertura da apresentação, porém, Ronaldo revela que sua ideia é transpor o conceito de roupa com gênero, mesmo que ela pareça mais feminina ou masculina, e que ambos os sexos possam usá-la, quando um garoto e uma garota entram, vão até o fim da passarela e trocam de roupa em pleno desfile, saindo um com a peça do outro. O estilista, queria, inicialmente, que seu casting fosse só composto por modelos masculinos, que iriam desfilar as peças da linha masculina e também feminina, mas mudou e ideia na útlima hora e mesclou os 12 modelos homens usando 15 looks com as garotas.

Na beleza, assinada por Marcos Costa, o foco é a boca vermelha. No cabelos, centenas de flores desidratadas por duas semanas pelo próprio maquiador, foram usadas nos meninos e nas meninas, numa simbologia de que o amor deixa marcas, mesmo quando acaba, seca. Marcos se inspirou numa obra de Leonilson, um bordado com a frase “O amor faz a gente enlouquecer”.

Arrebatador, familiar ou fraternal, o amor estava por toda parte rondando Ronaldo Fraga, inclusive na ajuda extra recebida pelo próprio filho Ludovico, de 14 anos, que há cinco sem assistir a um desfile do pai (“por causa da escola, mas agora ele está indo bem e a gente liberou”) pediu especialmente para estar presente nesta coleção, e podia ser visto no backstage ao lado de Ronaldo o tempo todo. (Carolina Vasone)

Por Lilian Pacce: “Em tempos de guerra, falar de amor é um ato de subversão e resistência” – explica Ronaldo Fraga no texto distribuído à imprensa. Então é o amor que pontua toda a sua coleção de outono-inverno 2016 apresentada no SPFW, que começa com um casal entrando e trocando de roupa em plena passarela. E o unissex (e o #genderblend especialmente com rapazes de saia ampla) não deixa de ser também uma subversão, uma provocação. E os corações aparecem: no telão, no paetê metalizado com artérias desenhadas, nas estampas, na bolsinha de madeira, nas contas do colar (biojoia de lava de vulcão colombiana – fica preta e porosa). Também há uma profusão do vermelho, roxo, rosa – as cores que a gente liga a esse clima de paixão. E mil materiais de pesos e texturas diferentes: a seda pura sustentável do Casulo Feliz do Vale da Seda do Paraná; a renda geométrica com vazados listrados de Santa Catarina; o bordado eletrônico que consegue reproduzir o sombreado do desenho original.

O foco principal na seda tem um motivo: assim como o amor, ela é muito orgânica, muda com o tempo de cor, de toque. Outro fator que emociona vem das partituras estampadas – são músicas clássicas de nomes tipo Tchaikovsky e Chopin, e algumas ganham letras (escritas à mão) de músicas populares apaixonadas como se as partituras fossem delas! O desfile poético termina com os modelos deitados num montinho nas camas desarrumadas do cenário – durma com esse belo barulho! <3 (Jorge Wakabara)


Assistam um pouco de como foi o desfile:






LILLY SARTI


TEMA
Misticismo
MATERIAIS
Crepe, tule devorê, pashmina, pelo de ovelha, tricô, couro, jeans, chamois, lamê


“Tenho uma ligação com o misticismo há muito tempo”, conta Lilly Sarti, sobre a inspiração para o seu desfile do Inverno 2016. Sem querer retornar à uma década específica, mas sem deixar de lado seu perfume setentista habitual, a marca incorporou o esoterismo com acabamentos luxuosos, como o tule devorê com símbolos que remetiam da Astrologia ao Egito Antigo, pashminas, pelo de ovelha, couro, tricôs e lamê, numa coleção que também flertou com outras décadas (vide as duas calças clochard super anos 80), ofereceu boas opções de calças de alfaiataria masculina e silhuetas mais amplas.



Olhos de Horus (símbolo de proteção no Egito), yin e yang, cruz de Ansata e ícones de astrologia foram recortados no couro, a laser, aplicados em em várias peças de roupa, e também viraram belos braceletes, pingentes de colares e brincos. Moedas com elementos místicos vazados também foram feitas especialmente para a coleção e aplicadas em mangas de blusas e barras de saias, dando um movimento às peças. (CAROLINA VASONE)


Por Lilian Pacce: A garota Lilly Sarti é sempre um mix sexy, cool e chic. Nesteoutono-inverno 2016 dá pra incluir outro ponto: ela é mística, e isso ajuda a decorar seus looks com gargantilha com estrelas e colar com olho de Hórus e os patches de couro pendurados nas jaquetas e vestido de lamê como se fossem penduricalhos metálicos, bem fofos. Também tem o jacquard de tricô com estampa dourada cheia de referências ao misticismo e um clima boho em geral que combina com a pegada recorrente na marca.


Elas mostram e escondem com a ajuda de malhas caneladas de gola alta, como a que cobre o decote do vestido de Aline Weber, ou com um jacquard de seda em vestidos recordados e o georgette com devorê que deixa janelas de tule transparente surgirem. Tem vestido-camisola e o vestidão à Stevie Nicks, meio gótica suave, mais calças clochard e bocas-de-sino de couro combinadas com tricôs ótimos. E falando em ótimo: preste atenção no tricô tie dye, tingido à mão, que aparece com saia de camurça no meio da sequência de alfaiataria.



Entre pelos de carneiro que formam padronagens geométricas, como num maxichevron texturizado, também pinta um cinto-cartucheira aqui e ali, divertido e na medida, assim como os jeans do final. Lilly compara a coleção ao jeito yin yang com o qual ela e a irmã, Renata, tocam a marca. Totalmente diferentes, mas complementares, elas seguem fortes e precisas na passarela. (Aurea Calcavecchia)

Assistam um pouco de como foi o desfile:



Gostaram? Eu amei os detalhes de como foram apresentados os desfiles, eles escolheram um tema para abrilhantar mais ainda os desfiles das marcas, como uma inspiração, foram bem ousados não acham? Eu amei a ousadia deles, parabéns!!


Bjus de luz e boa noite!

Gabi

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