sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Não quer passar vergonha na hora de pedir um vinho???


POR JULIANA COSTA - revista glamour


Manual prático para iniciantes no mundo dos vinhos

Fomos até a tradicional região vinícola de Mendoza, na Argentina, e voltamos com dicas infalíveis para você impressionar seus amigos e não fazer feio no próximo jantar


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vinhos (Foto: Juliana Costa)
Aluna aplicada: Juliana Costa (Foto: Juliana Costa)

Glamour foi até Mendoza, na Argentina, conhecer a nova safra da vinícola boutique Terrazas de los Andes, do grupo LVMH. Entre uma taça de malbec e um gole de cabernet sauvignon (se você desconhece essas palavras, não desgrude os olhos das próximas linhas MESMO!), preparamos um guia com dicas de ouro para qualquer pessoa mostrar que sabe do assunto – pelo menos para começar a noite!

1) A cartela à sua disposição
Podemos dividir os vinhos em quatro categorias
- Tinto: a fermentação do mosto (o suco de uva que inicia o processo) ocorre em contato com as cascas, de onde vem a cor da bebida.
- Branco: o mosto é fermentado sem contato com as cascas. As uvas podem ser brancas ou tintas.
 - Rosé: é feito a partir de uvas tintas, mas, neste caso, o contato do mosto com as cascas acontece por um curto espaço de tempo.
- Espumante: é um vinho comum ao qual é adicionado uma mistura de cana de açúcar e leveduras chamada liqueur de tirage. A substância gera uma segunda fermentação, cujo resultado é o gás carbônico (que transforma a bebida em espumante).

2) Uvas: as protagonistas da história
As principais uvas usadas na produção de vinho branco são: chardonnay (também é um importante ingrediente do champanhe), chenin blanc (dá origem a vinhos secos e doces), pinot blanc (aqui a bebida é mais leve e frutada) e sauvignon blanc (é ácida e fresca). Já na elaboração de vinhos tintos as variedades mais famosas são: cabernet sauvignon (origina o seco mais difundido pelo mundo), lambrusco (típica na Itália), malbec (produz vinhos com aromas florais), merlot (é semelhante à cabernet sauvignon, mas com sabor mais leve), periquita (gera o superfamoso vinho português), pinot noir (alguns dos vinhos mais caros do mundo vêm dela) e syrah (tem gosto forte de especiarias).


Processo de seleção das uvas  (Foto: Divulgação)

















3) De frente com a prateleira. O que fazer?
Boas marcas investem em rótulos bem detalhados. A etiqueta contém importantes informações sobre o vinho, como região de origem, nome do fabricante, ano de produção, variedade de uva usada, graduação alcoólica e identificação do engarrafador. “Se você não consegue interpretar tudo que está escrito no rótulo, guarde o nome dos fabricantes dos vinhos que você já provou e aprovou. Outra opção é ir direto nos produtores mais famosos. O vinho pode não fazer seu estilo, mas é um produto de qualidade e a chance de seus convidados gostarem é maior”, sugere Nicolas Audebert, chefe de enologia da vinícola Terrazas de los Andes.

4) Preço é documento?
Acredite, não! Mas numa coisa os enólogos são categóricos: se você puder abrir a carteira (mais de US$ 15 já é um valor razoável), a chance de ter um produto de qualidade é bem maior.

5) E o tempo? Faz o vinho ficar melhor?
Depende. “O bom vinho é aquele que tem a capacidade de envelhecer com qualidade. Ou seja, você pode tomá-lo hoje ou daqui a 20 anos. Mas o perfil da bebida não vai ser o mesmo! Com o tempo ela vai ficando mais encorpada, mais intensa. Cabe a cada pessoa experimentar e descobrir a que mais lhe agrada. Vinho bom é aquele de que você gosta”, explica Nicolas. É, amiga, o jeito vai ser experimentar!

6) Como devo armazenar meus vinhos?
Guardá-los em uma adega climatizada é o ideal, mas ok, nós sabemos que no mundo real pouca gente consegue ter um espaço desses dentro de casa. Por isso, se ligue nas seguintes dicas: para começar, deixe as garrafas na posição horizontal, assim a rolha fica em contato constante com o líquido. Caso ela resseque, o ar de fora pode entrar na garrafa, e aí... bye bye, vinho! Na medida do possível, armazene o produto em locais onde a temperatura não varie muito – 15°C é o ideal –, e evite ambientes com muita claridade. Na hora de servir, atenção à temperatura também. Para os tintos, o ideal é entre 15°C e 17°C. Se escolher um branco, mantenha-o entre 10°C e 12°C – o rótulo, muitas vezes, vem com esta informação.

Momento degustação com experts (Foto: Juliana Costa)



















7) Deixe o vinho “respirar”
“Um vinho tinto fechado por muito tempo acaba ficando com os aromas apagados. Por isso, quem decide beber uma versão mais antiga deve abri-la cerca de meia hora antes do consumo para que os cheiros sejam liberados”, recomenda Herve Birnie-Scott, engenheiro agrônomo e enólogo de Terrazas de los Andes. Outra opção é despejar o líquido em um decantador (ou decanter), recipiente de cristal ou vidro próprio para eliminar as borras acumuladas e oxigenar a bebida – mas aqui o negócio é mais profissional.

8) Beber? Faça mais que isso. Desfrute desse momento!
Devore um vinho de todas as formas possíveis. Comece pela visão. Se a borda de um tinto é de um vermelho bem intenso, isso significa que é uma bebida jovem. Caso a borda seja mais alaranjada, trata-se de um vinho mais antigo. Depois, vá para o olfato. Uma leve balançada na taça realça os aromas e, se você entender um pouco de uva, vai conseguir mais informações sobre o produto por aí. E, por fim, vem a sensação na boca – essa parte nós adoramos!

Mas aproveite o momento com moderação, hein! “Um sujeito faz muitas caras e bocas na hora de degustar um vinho? A probabilidade de ser um ‘enomentiroso’ é bem grande”, alerta Nicolas.

9) As lágrimas do vinho influenciam na qualidade dele?
As lágrimas são as gotas que se formam na taça quando você balança o recipiente. “Elas não estão relacionadas à qualidade, mas refletem o teor alcoólico da bebida”, diz Herve. Quanto mais devagar descem, mais álcool o produto tem (nos vinhos, a quantidade varia de 7,5 a 15 graus, em média).

10) Noções básicas de harmonização
Escolha os tintos quando seu cardápio tiver carne vermelha, massas encorpadas ou queijos com casca dura. O branco é a melhor opção quando você for comer peixes, frangos, frutos do mar, queijos moles ou frutas (para estas, os doces e aromáticos são mais indicados). Na hora da sobremesa, prefira um vinho branco ou um espumante, ambos doces.

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